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domingo, março 31, 2002
 
Hoje fiz um bate-volta pra Santos, pois precisava pegar uns livros, vídeos e cd's que ficaram por lá... Uma das piores sensações é querer usar algo que você tem e não poder por estes se encontrarem em outro município... Um exemplo disso era Sing, Sing, Sing! de Benny Goodman, que eu tava seco pra ouvir!

e por falar em jazz...



Na volta ouvi o cd de CHICAGO the musical, cats londrino inteiro. Aliás a história desse musical remete-nos ao áureo final da década de 90...

Sempre gostei muito de musicais, Broadway essa coisa toda e mesmo que para mim um bom musical se resumisse a Andrew Lloyd Webber eu me considerava um profundo conhecedor desse universo... 1998, lá estávamos eu e Gláucia em NY. Eu queria assistir O Fantasma da Ópera, sonho de consumo de 10 em 10 brasileiros de classe média que vão pra fora e Gláucia queria conferir de perto a tão falada performer alemã, muitas vezes comparada a Marlene Dietrich, Ute Lemper, na época no elenco nova-iorquino. Gláucia tinha descoberto Ute Lemper naquela revista Classic CD, que trazia uma imensa reportagem a respeito de CHICAGO e seu novo cd, ALL THAT JAZZ, além de um cd brinde contendo entre outras coisas uma gravação sua de Don't Tell Mama, do musical CABARET.

O trato estava feito, Gláucia veria O Fantasma da Ópera sorrindo e eu veria CHICAGO contente...

Resumo da ópera, melhor, do musical: O 'Fantasma' é uma bomba e CHICAGO é um estouro!

Enquanto o primeiro sugeriu 'oh que voz linda', 'oh que cenário deslumbrante! (leia-se cafona)' e 'olha! não é que o candelabro despenca mesmo?' e exclamações técnicas e visuais CHICAGO abre com um cara que se dirige educadamente ao canto esquerdo do palco e dispara cinicamente:

Ladies and gentlemen. You are about to see a story of murder, greed, corruption, violence, exploitation, adultery and treachery. All those things we hold near and dear in our hearts. Thank you.
[Senhoras e senhores. Vocês verão em seguida uma história de assassinato, ganância, corrupção, violência, exploração, adultério e trairagem. Tudo aquilo que guardamos com carinho dentro de nossos corações. Obrigado.]

Nisso as cortinas se abrem e podemos ver a orquestra no fundo do palco como parte do cenário. Eis que uma surdina puxa um jazz dos anos 20 que torna impossível qualquer apatia por parte da platéia.

Cenário, figurinos, atores, bailarinos, tudo muito clean e muito estiloso... Os anos 20 ficam evidentes na música mas a produção em si conserva uma contemporaneidade ímpar.

Bom, não falo mais nada. Se você tiver oportunidade de ver esse musical um dia, não o perca de jeito nenhum. Correm rumores de que ele será montado em breve em terras brasileiras e você pode ter certeza de que se eu não estiver no palco estarei na estréia na primeira fila esperando ver tudo aquilo que eu vi um dia e fez com que eu visse o quão xarope é Andrew Lloyd Webber à medida que descobria Ebb e Kander, Cole Porter, Ira e George Gershwin and all that jazz...



Interessou? Procure os seguintes arquivos mp3: CHICAGO 'Overture' e CHICAGO 'All That Jazz - Ute Lemper'. Você pode encontrá-los no Audiogalaxy. Link para o site oficial da tournée inglesa aqui./a>