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domingo, março 24, 2002
Mesmo do décimo-primeiro andar é possível ver a chuva varrendo o asfalto da cidade grande e toda a água que corre enxurrada abaixo incomodando os ocasionais pedestres com seus frágeis guarda-chuvas. Sinais de trânsito falam sozinhos e os edifícios e prédios de apartamentos parecem não guardar tantos segredos, tal é inércia de suas lâmpadas e janelas. Três flashes nada cadenciados ao longe atestam-se parte de uma cidade grande que apesar da aparente calmaria pode explodir a qualquer momento. Dentro tudo continua seco como sempre foi. A cama desarrumada, algumas roupas para guardar e outras para lavar. Uma toalha ainda molhada denuncia um banho qualquer e a geladeira lembra as obrigações da próxima semana. A farmácia lá fora espera vender um pote de vaselina. No armário argila, cola, papéis e água esperam o momento de se unir e se transformar numa máscara de Commedia Dell'Arte. Alguns livros de Inglês esperam se transformar em uma aula de conversação. A gata aguarda o terceiro espreguiçar. Certos pais agurdam um telefonema e um certo alguém espera sua dor de cabeça passar. Enquanto isso, comprimidos presos em uma sacolinha de remédios entediam-se profundamente. O armário se conforma e a gata volta a dormir. A geladeira pode esperar até amanhã e os livros nem se importam mais. Aqueles pais assistem um filme e a toalha continua lá, meio molhada, meio seca. A farmácia continua esperando e a dor de cabeça já nem incomoda mais. O chão tá um pouco empoeirado. O aspirador de pó também está cansado. Lá fora continua chovendo. Aqui dentro continua domingo.
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