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sábado, dezembro 27, 2003
 
Estamos em 1941.

Esta é a última carta escrita pela escritora inglesa Virginia Woolf, endereçada a Leonard, seu marido, antes de se jogar no rio e marcar o fim de sua própria vida.

Queridíssimo,
Tenho certeza de que estou ficando
louca outra vez: sinto que não podemos
passar por
mais uma dessas temporadas terríveis.
E desta vez eu não vou me recuperar. Começo
a ouvir vozes e não consigo me concetrar.
Por isso estou fazendo o que parece ser o melhor a fazer. Você
me deu toda a felicidade que eu poderia ter. Você
tem sido, em todos os aspectos, tudo o que alguém
podia ser. Não creio que pudesse haver no mundo duas
pessoas mais felizes, até
que veio essa doença terível. Não posso
mais combatê-la, sei que estou
estragando a sua vida, que sem mim você
poderia trabalhar. E vai, eu sei.
Você vê que nem eu estou conseguindo escrever isso direito. Eu
não consigo ler. O que eu quero dizer é que
devo toda a felicidade que tive no mundo a você.
Você foi imensamente paciente comigo e
tremendamente bom. Eu quero dizer isso -
e todo mundo sabe. Se alguém pudesse
ter me salvado, esse alguém teria sido você.
Tudo o que eu tinha se foi, exceto a
certeza de sua bondade. Eu
não posso continuar estragando a sua vida. Não creio que duas
pessoas
possam ter sido mais felizes do que nós fomos.
V.