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domingo, abril 18, 2004
 
:: Teatro de Absurdos ::

Muitos abominam a nomenclatura "Teatro do Absurdo" pela qual algumas peças teatrais dos anos 50 em diante ficaram conhecidas, mas particularmente, não ligo a mínima.

São textos que tratam basicamente da falta de comunicação entre os homens, o que se acentuou no período pós-guerra em que esta tendência, ou melhor, esta inquietação se tornou a viga-mestra do trabalho de dramaturgos como Samuel Becket, Ionesco, Albert Camus e Edward Albee.

Uma mudança no rumo de nosso projeto de montagem levou minha turma a investigar o assim chamado teatro do absurdo. Nada mais adequado para uma turma desgastada por intrigas, fofocas, jogos de amor e toda sore te mal-entendidos.

Sendo a nossa turma microcosmo de determinada categoria de relações humanas, e no nosso caso, posso afirmar que mantemos fielmente o espírito pós-guerra que assolava a Europa, e por conseguinte o mundo, naqueles anos.

Angústias existenciais, falta de comunicação, robotização da sociedade, coisificação do homem, banalização das relações humanas, mensagens difusas e díspares, falta de entendimento, poder x submissão... tudo isso está nos textos que estamos pesquisando.

"Esperando Godot", por exemplo, é talvez a melhor síntese de tudo isso.

Talvez a melhor síntese do que é, em profundidade, o relacionamento entre nós, do V termo noite da Oficina de Atores Nilton Travesso.

mentes obtusas
objetivos diversos
opiniões díspares
aparências mascaradas
essências confusas

a unidade do trabalho depende disto tudo:

desta diversidade obtusa, díspar, mascarada, confusa

Nada mais adequado para nossa formatura.

(In)felizmente.