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domingo, maio 23, 2004
 
~ 2 Poemas de 2 pessoas sensíveis e talentosas que eu li e curti ~

Mais um poema triste
de Tati Rocha (http://www.comecardenovo.blogger.com.br/)

Daqueles cheios de lugares comuns
As mesmas lágrimas que rolam sem saber pra onde querem ir
Nem porque devem sair
A mesma fumaça impregnante de cigarro
As velhas músicas que não causam o mesmo efeito
O mesmo hálito de vinho barato
O bloco e a caneta parados na posição de sempre
À espera interminável do primeiro rabisco
Que raramente passam de desenhos sem sentido
Ou palavras desconexas de um ser prolixo demais

Por esses e outros tantos motivos
Fez-se necessário apagar o cigarro,
Guardar o vinho
Despir-me de todas as roupas e todas as máscaras
Deitar e esperar que o real sentimento possa ser sentido
De um modo em que desenhos não mais sejam feitos
E que, quando este momento chegar, o papel e a caneta cumpram perfeitamente a função que por mim lhes foi delegada.

Resta-me o ilusório consolo da cama vazia
E o desejo desesperado que o sono venha e me arrebate
De uma maneira que seja impossível sentir a dor por não sentir nada.

Libação
de Dani Jales (http://www.fotolog.net/danijales/)

A vida não tem ensaio, mas tem novas chances
Viva a burilação eterna, a possibilidade: o esmeril dos dissabores!

Abaixo o estéril arrependimento,
a duração inútil dos rancores

Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
A vida inédita pela frente
E a virgindade dos dias que virão!