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domingo, junho 20, 2004
|nferno Astra| Na maioria das vezes, parece o contrário, que estamos ali impassíveis, que o que acontece à nossa volta pouco ou em nada nos afeta. Mentira. Tudo não passa de uma grande armação nossa, de um grande disfarce para que assim o mundo se intimide, pense duas vezes ante de nos desferir um golpe. É inútil, claro. Os golpes são diários e constantes, e por trás de nossa carapaça rija e sólida existe um coração maior de que todos os outros. Essa matéria prima, aquela que jaz lá dentro, bem escondidinha é bem mole e frágil. Nosso coração é tão grande, mas tão grande que passamos a nossa vida a tentar entendê-lo, doutriná-lo, adaptá-lo à maneira como as coisas funcinam do lado de fora. Essa tentativa de ajustá-lo é nosso pior desafio. Sabemos como disfarçá-lo, ocultá-lo, botá-lo para dormir, e aliado às nossas poderosas, velozes e cortantes pinças podemos convencer o mundo de que somos intangíveis e perigosos. Ledo engano. Bastam a noite escura, o luar gélido, o silêncio dos que dormem, para que desperte tudo o que escamoteamos do dia. Um olhar atravessado, uma atitude não explicada, uma desagradável e inesperada visão, são suficientes para fazer com que o grande coração se parta em mais de mil pedacinhos. Reorganizá-lo é tarefa difícil e trabalhosa, afinal estamos tratando de um músculo grande, muito grande e complexo. Com muito esforço é capaz de fazermos com que ele pulse novamente. Descompassada e timidamente, ele continua ali, pulsando, pulsando... Levemente desbotado, mas ainda maior, em tamanho e memória. Temos uma memória fantástica. Terrivelmente fantástica.
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